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Porque “Young Modern”, o último disco do Silverchair, foi gravado sem pressão 

Vocalusta da banda comentou, em entrevista, sobre o clima de tranquilidade das gravações de seu derradeiro trabalho

Uma coisa que afeta de sobremaneira músicos de qualquer estilo é a pressão na hora de gravar um novo disco. Essa pressão pode vir deles mesmos, dado o nível de exigência com o próprio trabalho ou empresários e gravadoras. 

A banda australiana Silverchair, liderada pelo vocalista Daniel Johns, não esteve imune a diferentes tipos de pressão ao longo de sua carreira de mais de quase 20 anos. Entretanto, o seu último disco de estúdio, “Young Modern”, de 2007, acabou sendo o trabalho da banda mais tranquilo de ser produzido.

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Young Modern - Silverchair
Capa: “Young Modern” – Silverchair

Gravações movidas à tequila 

Durante um bate-papo com site Modern Guitar em 2008, o vocalista Daniel Johns falou sobre como foi divertido e leve o processo de produção de “Young Modern”. “Foi divertido quando estávamos gravando. Todas as teclas, guitarras, baixo e bateria foram todos espremidos em uma pequena sala em um home studio no Valley, em Los Angeles. Havia muita tequila. Foi uma gravação muito solta. Não havia regras. Acordamos e havia uma piscina do lado de fora, então estávamos bebendo tequila e fazendo back flips, depois gravando”, contou (via chairpage.com).

Disco financiado pela própria banda

Algo decisivo para o clima positivo das gravações foi o fato de o Silverchair ter optado por financiar do próprio bolso o quinto e até então derradeiro álbum de estúdio. “Ficou melhor. Acho que o principal era não ter a pressão de ninguém. A única pressão que havia era a pressão interna para garantir que o que estávamos fazendo fosse legítimo e valioso. Parecia o que sentimos quando fizemos nosso primeiro álbum: estávamos apenas fazendo isso porque adorávamos, exceto que não tínhamos 14 anos e batíamos carrinhos nas paredes”, revelou o músico.

“Straight Lines” foi o primeiro single de “Young Modern”, do Silverchair.

Amadurecimento dos integrantes 

O amadurecimento dos integrantes do Silverchair também foi um fato que influenciou. Durante anos, a banda sofreu pelas comparações com a cena de Seattle. Em “Young Modern” isso não existiu. “Nos discos anteriores a esse, sempre parecia que eu estava tentando evitar soar como qualquer coisa que havíamos feito antes. Sempre senti que éramos uma banda fugindo de uma identidade. Para este disco, é o primeiro em que aceitei tudo”, explicou.

O resultado foi um dos discos mais ambiciosos da carreira do trio. “Todos nos sentimos mais ambiciosos do que nunca, de várias maneiras. Temos algo a provar e definitivamente sentimos que temos que redirecionar a percepção distorcida das pessoas sobre o que é Silverchair”, acrescentou.

O fim do Silverchair 

O Silverchair encerrou as duas atividades em 2011, em meio ao processo de gravação de seu sexto disco. “Apesar de nossos melhores esforços ao longo do último ano ou assim, tornou-se cada vez mais claro que a centelha simplesmente não existe entre nós três no momento. Portanto, depois de muita procura da alma que queríamos que você saiba que estamos colocando o Silverchair em “hibernação por tempo indeterminado”, disse a banda em comunicado.

Desde então, Daniel Johns já deu inúmeras declarações afirmando que a banda nunca mais se reunirá. Ele lançou dois discos solos, “Talk” (2015) e “FutureNever” (2022), além do registro do bizarro projeto chamado “Dreams”, gravado em colaboração com Luke Steele, do Empire of The Sun.

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