O Royal Blood lança no próximo dia 30 de abril seu terceiro álbum de estúdio, “Typhoons”. O trabalho marca uma expansão da sonoridade do duo britânico, que agora é mais dançante e possui mais nuances e cores. Para promover o trabalho, como é de costume, eles têm concedido diversas entrevistas, a mais recente delas foi para a revista NME e o vocalista Mike Kerr revelou que estar sóbrio teve um papel importante na composição do disco. “Sem sobriedade, este álbum ou esta banda não existiriam. Foi tudo muito assustador”, admitiu.
Mike Kerr contou à NME que lidar com a pressão do sucesso não foi algo fácil e que a fama acabou afetando a sua saúde mental, levando-o para o uso de drogas e a ter um comportamento absolutamente desregrado.
“Isso realmente entrou na minha cabeça. [‘How Did We Get So Dark’] foi a primeira vez em que fizemos algo sabendo que as pessoas iriam ouvir. Isso me fez questionar tudo o que estava fazendo e estranhamente duvidar de mim mesmo. Se você não pode confiar em si mesmo, a criatividade vai embora. Tudo o que você realmente tem é sua própria fé no que está fazendo. Para mim, foi difícil estar do seu lado primeiro”, disse.
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A vida desregrada durante nas turnês da banda, sempre impulsionada por bebidas e drogas, afetou todas as esferas da vida de Mike Kerr. Ele afirma que passou a não enxergar os limites:
“O problema não era o que estava acontecendo; o problema era eu”, diz ele. “A jornada que seguimos foi incrível, mas para mim e a maneira como lido com as coisas, eu não sabia que não tinha um botão para ‘desligar’. Quando estávamos em turnê com o segundo álbum, eu estava tipo, ‘Oh, eu sou esse cara agora – não posso parar agora. Eu tenho que ir mais longe do que qualquer outra pessoa ‘. Ser alguém que não queria que a festa parasse significava que eu não parei a festa quando cheguei em casa. É como voltar ao trabalho, mas ainda pensando que está de férias em Ibiza, vestindo uma camisa havaiana enquanto prepara um churrasco no escritório.”
No entanto, o vocalista afirma que teve um vislumbre do futuro, caso continuasse no mesmo ritmo e que isso o permitiu rever suas atitudes e buscar uma mudança;
“Cheguei a um ponto da minha vida em que tive que mudar minha vida e reorganizar tudo. Parte de se foder e exibir isso também é uma forma de pedir ajuda; você quase quer que alguém o pegue em um estado de espírito”, disse. “Eu pude ver o fim da trajetória, e no final dela havia perdido tudo. Eu não tinha banda, não tinha nada. Eu me senti uma sinuca. Eu havia tentado remover as drogas e o álcool da minha vida nesses pequenos períodos organizados da minha vida em que me contive, mas no final era como se eu estivesse caindo colina abaixo”, enfatizou.
O vocalista contou à NME que somente depois que ele resolveu buscar ajuda é que o novo álbum do Royal Blood começou tomar forma e então admite: “A sobriedade era algo que eu sabia que precisava fazer para fazer esse álbum. Este álbum ou esta banda não existiriam se eu não tivesse feito isso. Foi tudo muito assustador”.