O Creed foi uma das maiores bandas de rock do mundo entre o final dos anos 90 e início dos anos 2000. Venderam muitos discos, tiveram alta rotatividade nas rádios e na MTV, além de lotarem shows por onde passavam.
Entretanto, as coisas desandaram e a banda se separou em 2004 por tensões entre o vocalista Scott Stapp e os demais membros. Uma reunião ocorreu em 2009, quando lançaram o disco “Full Circle” e voltaram a excursionar. Não durou muito e o grupo entrou em hiato novamente, no ano de 2012.
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Agora, quase duas décadas depois da primeira separação, o vocalista Scott Stapp conseguiu reconhecer os seus erros e admitir a culpa pela não continuidade do Creed. Foi o que ele fez durante um bate-papo no podcast Net Positive with John Crist. “Acho que houve alguma frustração e raiva. Porque os caras estavam, tipo, ‘Não foi para isso que nos inscrevemos'”, disse o cantor (via Blabbermouth).
Sem deixar qualquer margem para uma interpretação de que ele pudesse estar criticando os ex-colegas ele prosseguiu: “Eles não queriam ser falsos, eles não queriam ser hipócritas. Eles diziam: ‘Ei, cara, não estamos vivendo a vida que alguém que afirma ser cristão está vivendo, e não queremos que as pessoas nos vejam dessa forma e vivam uma mentira’.”
O estilo de vida de Scott Stapp
O sucesso estrondoso do Creed fez com que Scott Stapp desenvolvesse um estilo de vida e um comportamento de rockstar, que acabaram afetando a harmonia entre os músicos. “Então não posso culpá-los por isso. E eu também. Eu dizia a eles: ‘Pessoal, desculpe.’ Na época, eu queria participar do mesmo estilo de vida. Então, estávamos todos meio que em um dilema“, contou.
Ele continuou: “Estávamos vivendo como estrelas do rock, cara. Éramos jovens e vivíamos a vida… E estávamos pegando fogo, cara. … Eu posso assumir minha parte. Eu me envolvi em algumas coisas que não deveria ter que ir para um programa hoje. E isso, tenho certeza, foi uma parte importante, porque se eu não tivesse desenvolvido esses problemas, acho que provavelmente poderíamos ter trabalhado em todo o resto. Então eu vou assumir a culpa por isso.”
Vida após o Creed
Após a separação do Creed em 2004, o guitarrista Mark Tremonti, o baixista Brian Marshall e o baterista Scott Phillips se juntaram ao vocalista Myles Kennedy e formaram Alter Bridge, banda que está na ativa até hoje e já lançou sete discos, sendo mais recente “Pawns & Kings”, de 2022.
Scott Stapp seguiu com sua carreira solo que já conta com três discos “The Great Divide” (2005), “Proof of Life” (2013) e “The Space Between the Shadows” (2019). Em 2016, ele substituiu o falecido Scott Weiland no Art Of Anarchy, grupo formado por Jon Votta (guitarra), Vince Votta (bateria), John Moyer (baixo) e Ron “Bumblefoot” Thal (guitarra). Com eles, o cantor gravou o álbum “The Madness” lançado em 2017.
Em 2014, Scott foi parar nas manchetes dos principais portais da internet por conta de um colapso. Ele divulgou vídeos bastante estranhos, para dizer o mínimo, em que diz estar sendo perseguido pela polícia, que foi roubado por sua gravadora, que estava sem dinheiro, que sua família fazia parte do grupo de terrorismo ISIS e que era um agente da CIA incumbido da missão de matar Barack Obama, presidente dos Estados Unidos na época.
Seis meses depois, já restabelecido, ele concedeu uma entrevista à People em que revelou ter sido diagnosticado com transtorno bipolar. “Tive um surto psicótico causado pelo abuso de álcool e drogas”, contou. “Eu estava alucinando. Eu dirigi pelos Estados Unidos por um mês, seguindo um anjo que vi no capô do meu carro.”
Sobre o diagnóstico ele disse: “Eu definitivamente sabia que havia algo acontecendo há anos, mas não conseguia identificar o que era.”