O U2 disponibilizou nesta sexta-feira (17) o álbum “Songs of Surrender” em que regravou e reimaginou 40 canções de seu repertório. O trabalho passa por todas as fases da banda e traz novas versões para clássicos como “One”, “Sunday Bloody Sunday”, “Pride (In The Name of Love)”, além de revisitar temas mais recentes como “Invisible”, “The Miracle (Of Joey Ramone)” e “Lights Of Home”. O álbum contou com as colaborações de Duncan Stewart, Brian Eno, Daniel Lanois, Abe Laboriel, Bob Ezrin, Declan Gaffney e Richard Rainey.
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Em entrevista à Rolling Stone, o guitarrista The Edge comentou que a ideia do disco “Songs of Surrender” surgiu de maneira espontânea, no auge da pandemia. “Foi a oportunidade apresentada pelo bloqueio, e sabendo que Bono estaria lançando um livro com 40 capítulos, todos com títulos de músicas. Parecia: ‘Este é o momento. Vamos lá. Além disso, com a ressalva de que, se não gostássemos dos resultados, nunca precisaríamos lançá-la, porque ninguém esperava. A gravadora não estava batendo na porta, pedindo. Estávamos fazendo isso por nós mesmos e por nossos fãs, realmente”, contou.
O guitarrista detalhou que a proposta foi guiada pelo sentimento de que boa parte dos sucessos da banda foram gravados por músicos ainda em formação, assim, a oportunidade de revisitá-los foi vista como um exercício de criatividade. “Bono como cantor ainda não havia encontrado seus pés ainda”, disse. “Muitas vezes, os vocais de Bono ou as melodias que ele estava tentando cantar estavam no topo de seu alcance, aquela parte muito intensa de seu alcance. “Nós apenas pensamos: ‘Somos um pouco mais velhos. A voz de Bono também amadureceu, e seu controle e habilidades interpretativas como cantor realmente melhoraram. Por que não olhamos para essas músicas de novo?’”, acrescentou.
The Edge explicou que “Songs of Surrender” foi capitaneado por ele, que é o principal produtor do projeto, com a colaboração de Bono. O músico relatou ainda que foi responsável pela maior parte dos arranjos e instrumentais do trabalho, mas que o baixista Adam Clayton e Larry Mullen Jr. estão representados. “Levei um pouco de tempo no piano e com um violão, e comecei a trabalhar ideias para ver como seria. Eu tenho um alcance semelhante ao Bono, então cantaria os primeiros vocais normalmente e tocava a ideia de Bono. Na primeira sessão, quando Bono estava cantando sobre algumas dessas idéias, sentimos: ‘OK, isso está funcionando. Há algo realmente acontecendo aqui‘”, comentou.
As 40 canções do álbum estão distribuídas em quatro discos e cada um recebeu o nome de um membro da banda. The Edge revelou que a ideia não surgiu de maneira instintiva e não tem relação com as escolhas individuais dos integrantes de quais músicas deveriam entrar. “Nós meio que sentimos, de uma maneira muito não analítica, ‘quem meio que parece a figura certa para essas 10 músicas?’ E fizemos dessa maneira. Não era particularmente … nós não caímos. Não me lembro como criamos isso. Foi um e-mail. ‘Isso parece bom?’ E todo mundo estava tipo, ‘Isso é legal. Estou feliz com minha coleção‘”, declarou.
O disco de inéditas mais recente do U2 é “Songs of Experience”. A banda atualmente trabalha em novas canções, ainda sem previsão de lançamento. No segundo semestre, eles tem uma série de shows na nova arena MSG Sphere, em Las Vegas, com repertório focado no álbum “Acthung Baby”, de 1991.