O Skank realizou no dia 26 de março, em Belo Horizonte, no Mineirão, para 50 mil pessoas, o último show de sua carreira. Para pavimentar o que virá a seguir, o vocalista Samuel Rosa concedeu uma longa entrevista ao jornalista Ricardo Alexandre, que está sendo divulgada em formato de episódios em seu canal no YouTube.
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No segundo capítulo da entrevista, publicado recentemente, Ricardo Alexandre relembra uma fala de Samuel Rosa para a extinta revista Trip, no ano de 1997, em que afirmava ter preocupação com a hora certa de parar com a banda. O jornalista então questionou o músico sobre quando a ideia de colocar um fim na carreira da banda começou a se consolidar em sua cabeça.
“Eu teria terminado o Skank depois do show do Mineirão, de 2010. Foi o momento em que eu tive vontade de terminar a banda. Eu acho que eu nunca falei isso. Foi um momento depois daquele show no Mineirão, no dia seguinte”, revelou o cantor e guitarrista fazendo referência a apresentação que chegou a ser lançada como álbum ao vivo.
Segundo Samuel Rosa, ele sentiu que o seu trabalho com a banda estava realizado e vislumbrou que, a partir dali, a banda cairia na “redundância” e, em sua avaliação, agora, olhando em retrospecto, isso de fato aconteceu.
“Não à toa, na última década, eu fiz mais projetos fora do Skank do que com a própria banda. Não digo show, show a gente fez o tempo inteiro. Eu fiz um disco com Lô Borges, fiz uma trilha para o Grupo Corpo”, destacou.
Nos últimos dez anos, o Skank lançou apenas um disco de inéditas, “Velocia” (2014), que acabou se tornando o último da banda. “Precisa de sinal maior do que esse?”, questiona Samuel. “Algumas pessoas podem achar normal uma banda durar trinta, quarenta, cinquenta anos. E ficar como bem colocou o Sting ‘mero veículo de si mesmo’, porque nós somos veículo da música, a música é o mais importante“, acrescentou.
Na visão do cantor, não deveria causar espanto uma banda encerrar as atividades depois de 30 anos e sim o contrário, ela durar esse tempo todo. Samuel percebeu que o Skank tinha caído na situação descrita pelo ex-vocalista do The Police. “Aquela efervescência, aquele potencial criativo foi ficando para trás e foi ficando só o veículo. Só a banda que toca, que se apresenta tocando ela mesma, né?”, declarou.
Você conferir a íntegra da fala de Samuel Rosa no player abaixo.