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Os 25 Melhores Álbuns Internacionais de 2022

Lista com os 25 melhores discos internacionais do ano, escolhidos pelo site Ok Music Play

Qual foi a cara da música em 2022? E o quanto ela foi marcante? E qual a sua capacidade de perdurar a ponto de, daqui dez anos, talvez, sermos capazes de dizer: ‘aquele ano foi inesquecível’ ou ‘aquele álbum, lançado naquele ano, é o mais importante de uma geração’ e por aí vai. A resposta, obviamente, depende. Depende do ouvinte, de seus gostos, da forma como interpreta o mundo a sua volta. As listas têm essa função de sintetizar e servir de referência para as respostas a essas perguntas. 

Ao olhar em retrospecto, percebemos que, musicalmente, 2022 foi um ano marcante pelos artistas que desafiaram os seus limites, como é o caso de The Mars Volta, Slipknot e Arctic Monkeys, pelos artistas que nos surpreenderam, assim como a dupla Wet Leg, The 1975 e Zael & Ardor. É também marcante por aqueles artistas que sabemos ser difícil nos decepcionar – Ozzy Osbourne, Megadeth e Pixies – e que de fato não nos decepcionaram com os seus lançamentos.  

“Impera” do Ghost foi o álbum do ano? Ou seria “A Light for Attracting Attention”, do The Smile? A reposta, novamente, depende. A banda de Tobias Forge, no segmento hard rock/heavy  metal  com certeza teve um dos trabalhos mais emblemáticos, o mesmo podemos dizer do novo projeto de Thom Yorke, olhando para o nicho rock alternativo. Ainda tivemos o retorno da melhor formação do Red Hot Chili Peppers, Daniel Johns, do Silverchair, se reconciliando com o seu passado, além de Eddie Vedder e Liam Gallagher com ótimos discos solos.

Muitos fatores fizeram de 2022 um ano musicalmente memorável. Selecionamos os 25 Melhores Álbuns Internacionais do ano, ou seja, 25 desses fatores. Dizem que os álbuns estão fora de moda, que as pessoas preferem os singles ou as playlists, pode até ser verdade, mas eles ainda são marcadores importante da genialidade de artistas e bandas, e a expressão do zeitgeist musical. 

A ordem que escolhemos para apresentar esses 25 discos é cronológica. É importante lembrar: listas são apenas um recorte. Aproveitamos para listar, também, a música de destaque de cada um desses trabalhos. 

Com vocês, a lista com os 25 melhores álbuns internacionais de 2022 do site Ok Music Play

Lucas Henrique dos Santos – Editor do site Ok Music Play 

21/01/2022

Billy Talent – “Crisis of Faith”

Imagem: Billy Talent – “Crisis of Faith”

Em seu sexto álbum de estúdio, o primeiro em seis anos, os canadenses do Billy Talent apresentam o seu típico hardcore melódico, mas aqui incorporam construções harmônicas mais expansivas. As músicas apresentam desdobramentos pouco convencionais para o estilo, mesclam riffs pulsantes e cadenciados que invariavelmente desaguam refrões hinosos, incansáveis e surpreendentes. O disco ainda traz a luxuosa participação de Rivers Cuomo, do Weezer, na ótima “End Of Me”. “Crisis of Faith” é radiofônico, embora bastante consistente. 

Destaque: “Forgiveness I + II”

04/02/2022

Korn – “Requiem”

Imagem: Korn – “Requiem”

Depois de um disco dedicado à expressão de luto do vocalista Jonathan Davis pela perda da esposa (“The Nothing”, 2019), o Korn retorna com um dos seus trabalhos mais palatáveis. Ainda é pesado, denso e sombrio como qualquer outro disco da banda, mas aqui temos estruturas mais contidas e harmonias que se sobrepõem à dureza dos riffs, e também alguma suavidade. O instrumental é dinâmico, tem vitalidade e swing, enquanto os refrões são sempre explosivos e eufóricos. É o registro mais inventivo da banda desde sua colaboração com produtores de música eletrônica em “The Path of Totality”, de 2011. 

Destaque: “Forgotten”

11/02/2022

Eddie Vedder – “Earthling”

Imagem: Eddie Vedder – “Earthling”

Eddie Vedder apresenta um disco solo que se aproxima mais do seu trabalho com o Pearl Jam, já que os outros dois (“Into the Wild”, de 2007, e “Ukulele Songs”, de 2011) funcionavam mais como experimentações criativas. O resultado é um disco de rock muito competente, carregado de hits, e que consolida a sua carreira fora da banda. O resultado, evidentemente, se deve, em parte, ao time de colaboradores arregimentado por Vedder: o produtor Andrew Watt, o baterista do Red Hot Chili Peppers Chad Smith e o ex-guitarrista Josh Klinghoffer, suas filhas Olivia e Harper Vedder, Elton John, Stevie Wonder e Ringo Starr. “Earthling” mistura momentos vigorosos e vibrantes com abordagens acústicas e pitadas oitentistas, sendo assertivo na maior parte do tempo. 

Destaque: “Power Right”

11/02/2022

Spoon – “Lucifer on the Sofa”

Imagem: Spoon – “Lucifer Sofa“

Spoon entrega em “Lucifer on the Sofa” um rock and roll que é ao mesmo tempo urgente, pelo groove e pela espontaneidade, e pé no chão, pela produção esmerada e pelas ótimas construções melódicas. As músicas oscilam entre o imponente e o sinuoso, sempre com arranjos elegantes e linhas de voz que cativam. No geral, “Lucifer on the Sofa” é um álbum dançante e festivo, mas há momentos para introspecção como em “Wild”, “Atral Jacket” e “Satellite”. A proposta é, acima de tudo, acessível, algo que tem deixado de ser uma preocupação para os novos artistas de rock. 

Destaque: “Wild”

11/02/2022

ZEAL & ARDOR – “Zeal & Ardor”

Imagem: ZEAL & ARDOR – “Zeal & Ardor”

Em seu terceiro disco, Zael & Ardor leva o metal experimental para outro nível. É instigante, diversificado e impactante. O trabalho chama atenção por sua variabilidade sonora, a banda demonstra grande habilidade em manipular uma paleta bastante diversa de influências para entregar músicas que surpreendem pela dinâmica quase nunca convencional, que são acentuadamente diferentes entre si e, ainda assim, contribuírem para um resultado final coeso, quando se analisa a obra como um todo. É uma viagem sonora densa e poderosa.

Destaque: “Death to the Holy” 

11/03/2022

Ghost – “Impera”

Imagem: Ghost – “Impera”

Apesar da estética assustadora, o Ghost sempre teve um som acessível e comercial. No disco anterior, “Prequelle” (2018), ficou evidente que havia a pretensão – e o potencial – de ampliar o alcance do grupo. “Impera” cumpre essa função: é um disco ambicioso, feito para grandes arenas e estádios. E a forma que a mente por trás da banda, Tobias Forge, fez para alcançar esse objetivo foi mergulhar de cabeça no hard rock dos anos 80 e contar uma história sobre queda e ascensão de impérios. Estamos falando aqui daquele hard rock mais festivo e melódico: as influências de Bon Jovi, Motley Crue, entre outros artistas da época, são evidentes. Mas o grande trunfo de “Impera” não está na abordagem estilística e sim por enfileirar uma coleção de hits e refrões épicos, algo cada vez mais raro no rock atual. 

Destaque: “Spillways”

25/03/2022

Placebo – “Never Let Me Go”

Imagem: Placebo – “Never Let Me Go”

Ficar quase 10 anos sem um disco de inéditas permitiu ao Placebo lapidar um conjunto de canções que resultou em um trabalho  realmente consistente. O seu melhor desde “Meds”, de 2006, pelo menos. “Never Let Me Go” traz uma estética distorcida e cyberpunk em que guitarras se misturam com synths em músicas com versos ora vibrantes, ora soturnos, ora quase robóticos, ora intensos. Tudo isso embalado em uma estrutura de música pop, com início, meio e fim, de forma bastante habilidosa. 

Destaque: “Beautiful James”

01/04/2022

Red Hot Chili Peppers – “Unlimited Love”

Imagem: Red Hot Chili Peppers – “Unlimited Love”

O primeiro disco desde a volta do guitarrista John Frusciante entregou o que prometia:  Red Hot Chili Peppers resgatando os melhores momentos de sua carreira em 17 faixas que desfilam boas melodias vocais, instrumentais entrosados e riffs de guitarra marcantes. A banda se reencontra criativamente, se mostra confortável com o seu legado e demonstra a capacidade de mergulhar em sua história e conduzir de maneira eficiente os arranjos sonoros que constituem a sua identidade. As faixas de “Unlimited Love” esbanjam maturidade e senso de melodia. 

Destaque: “The Heavy Wing”  

08/04/2022

Jack White – “Fear of the Dawn”

Jack White - “Fear of the Dawn”
Imagem: Jack White – “Fear of the Dawn”

Jack White lançou dois álbuns em 2022, o elétrico “Fear of the Dawn” e o acústico “Entering Heaven Alive”. No primeiro, ele se sentiu à vontade para esbanjar nas guitarristas distorcidas, no peso e no experimentalismo de garagem. Talvez por essa liberdade dada a si mesmo, o primeiro registro se destaque. O som de “Fear of the Dawn” é frenético, cheio de groove e conduzido por riffs enérgicos encaixados em andamentos caóticos enquanto Jack White entoa versos controláveis. Um disco genuíno de rock em estado bruto. 

Destaque: “Fear Of The Dwan”

08/04/2022

Wet Leg – “Wet Leg”

Wet Leg - “Wet Leg”
Imagem: Wet Leg – “Wet Leg”

A dupla britânica Wet Leg talvez seja a maior surpresa do ano. O seu disco de estreia  autointitulado é daqueles que cativam de primeira por apresentar um conjunto de canções animadas, simples e recheadas de boas melodias. Rhian Teasdale e Hester Chambers trazem um frescor inesperado ao indie rock com uma abordagem que é, acima de tudo, divertida, sagaz e dotada de personalidade própria ao conjugar características oriundas do rock alternativo, do post-punk e da música pop. 

Destaque: “Wet Dream”

22/04/2022

Daniel Johns – “FutureNever”

Daniel Johns - “FutureNever”
Imagem: Daniel Johns – “FutureNever”

Daniel Johns se reconciliou com o seu passado e resgatou, neste disco solo, aspectos de sua fase criativa mais celebrada, aquela ouvida nos álbuns “Neon Ballroom” (1999), “Diorama” (2002) e “Young Modern” (2007) do Silverchair. O resultado é reconfortante, tendo em vista a decepção dos seus dois últimos trabalhos, o álbum solo “Talk” (2015) e o registro bizarro do projeto Dreams. Johns mostra que ainda consegue escrever canções memoráveis. “FutureNever” é um disco eclético que passa pela combinação de rock e orquestra, R&B, eletrônico e industrial, incluindo o retorno das guitarras às composições do músico australiano. É uma celebração do seu legado, em suas diferentes fases, ao mesmo tempo que aponta para o futuro. 

Destaque: “Emergency Calls Only (feat. Van Dyke Parks)”

29/04/2022

Rammstein – “Zeit”

Rammstein - “Zeit”
Imagem: Rammstein – “Zeit”

“Zeit”, o oitavo disco do Rammstein, é o segundo lançamento da banda em 3 anos, depois de um hiato de 10 sem novidades (quebrado com o registro autointitulado de 2019). Neste novo registro, a banda alemã passa por todos elementos ouvidos nos discos anteriores, ou seja: riffs fortes, vocais ora declamados, ora enfurecidos, synths fantasmagóricos e cinematográficos, electro-pop, letras provocativas, pianos melancólicos e operísticos, e alguma dose de humor negro. Esses elementos são amarrados em estruturas exuberantes, que traduzem o senso de grandeza da banda e também a sua extravagância. Uma obra de arte. 

Destaque: “Adieu”

06/05/2022

Arcade Fire – “We”

Imagem: Arcade Fire – “We”

“We” é um disco atmosférico inspirado em um romance distópico (o mesmo que influenciou George Orwell a escrever o clássico 1984). As músicas esbanjam arranjos de cordas, pianos e synths que, apesar da estrutura post-punk e batidas eletrônicas aqui e ali, oferecem grandiosidade cinematográfica ao trabalho e níveis diferentes de euforia. É notável o esforço do Arcade Fire em não se repetir e de explorar as suas próprias fronteiras avançando sempre a cada disco, exigindo do ouvinte nada mais que o mergulho em suas intrincadas composições, que não oferecem o conforto de encadeamentos convencionais. 

Destaque: “The Lightning II”

13/05/2022

The Smile – “A Light for Attracting Attention”

The Smile - “A Light for Attracting Attention”
Imagem: The Smile – “A Light for Attracting Attention”

A Light for Attracting Attention” é o trabalho que o Radiohead estava devendo aos fãs desde “Hail to the Thief”, pelo menos. Ele veio, mas por um projeto paralelo do vocalista Thom Yorke e do guitarrista Jonny Greenwood com o baterista Tom Skinner. É uma proposta com timbres mais crus e ásperos, talvez o registro mais emocionante dos dois músicos em muitos anos. Incorpora arranjos do post-punk, progressivo, jazz e eletrônico, tem guitarras, cordas, violões, pianos e vocais angustiantes. É experimental, mas tenta seguir estruturas mais comuns e minimalistas, sem exageros, já que as faixas, no geral, apostam em refrões cativantes como ponto central.

Destaque: “You Will Never Work in Television Again”

27/05/2022

Liam Gallagher – “C’mon You Know”

Liam Gallagher - “C’mon You Know”
Imagem: Liam Gallagher – “C’mon You Know”

Depois de um disco solo de estreia em que o foco era marcar território e um segundo registro para defender o território conquistado, Liam Gallagher retorna com seu terceiro álbum em que se permite experimentar a partir da colaboração de um vasto elenco de produtores e parceiros de composição (Andrew Wyatt, Greg Kurstin, Simon Aldred, Ezra Koenig, Tove Lo, Dave Grohl, para citar alguns). O resultado é um registro que mantém o seu DNA, mas amplia suas referências e variabilidade sonora em faixas que tem o rock como eixo central, mas flerta com texturas e camadas de maneira despreocupada, apenas com foco em extrair o máximo de cada composição. 

Destaque: “Everything´s Eletric”

01/07/2022

The Dear Hunter – “Antimai”

The Dear Hunter - “Antimai”
Imagem: The Dear Hunter – “Antimai”

“Antimai” é um álbum conceitual inspirado em The Indigo Child, uma história/curta-metragem de ficção científica desenvolvida pelo líder do The Dear Hunter, Casey Crescenzo, e que já havia recebido um EP instrumental, também pela banda, em 2021. O registro traz 8 faixas e cada uma delas, liricamente, aborda diferentes camadas e aspectos sociais, como por exemplo, classe média, pobreza, indústria, natureza e luxo. Sonoramente, é um álbum vibrante, com arranjos coloridos, instrumentos de sopro e influências de funk, R&B, rock alternativo, mas sem perder o norte progressivo característico da banda. 

Destaque: “Ring 8 – Poverty”

19/08/2022

Silversun Pickpus – “Physical Thrills”

Silversun Pickpus - Physical Thrills
Imagem: Silversun Pickpus – “Physical Thrills”

“Physical Thrills” é mais um álbum nascido por força da pandemia, sendo assim, o Silversun Pickpus teve tempo suficiente para lapidar as ideias e trabalhar mais cuidadosamente nos arranjos. Eles retomaram a colaboração com o lendário produtor Butch Vig (baterista do Garbage e produtor do “Nevermind”, do Nirvana) para entregar um trabalho que é mais reflexivo, possui mais camadas e cores, sem perder sua identidade de rock alternativo aliada a ganchos pop e efeitos sonoros. Percebe-se menos tensão e angústia no ar, algo que sempre foi comum nos registros do grupo. É um disco relaxo e solto, por isso o resultado é tão bom. 

Destaque: “Scared Together”

26/08/2022

Muse – “Will of the People”

Muse - “Will of the People”
Imagem: Muse – “Will of the People”

Em “Will of the People”, o Muse resgata parte de sua abordagem mais pesada, aquela dos discos “Origin of Symmetry” (2001) e “Absolution” (2003), ao mesmo tempo em que aprofunda a interface com a sonoridade oitentista ouvida no disco anterior, “Simulation Theory” (2018). Liricamente, o álbum trafega pelos temas comuns na discografia do grupo:  paranóia, revoluções, política, distopia e ficção científica. É um registro de guitarras fortes, denso sem ser cansativo, de melodias grandiosas e de resgate do Muse mais inventivo, que estava relegado a segundo plano desde “Drones” (2015). Temos, portanto, uma das bandas mais interessantes dos últimos 20 anos em sua melhor forma. 

Destaque: “Kill Or Be Killed”

02/09/2022

Megadeth – “The Sick, The Dying… And the Dead!”

Megadeth - “The Sick, The Dying... And the Dead!”
Imagem: Megadeth – “The Sick, The Dying… And the Dead!”

O Megadeth vem de um disco vencedor do Grammy (“Dystopia”, 2016) e o líder Dave Mustaine resolveu apostar no mais do mesmo, já que em time que está ganhando não se mexe, embora a formação não seja a mesma, tendo em vista a substituição do baterista Dirk Verbeuren por Chris Adler e do baixista David Ellefson por Steve Di Giorgio. Entenda: “The Sick, The Dying… And the Dead!” é um disco autêntico de thrash metal, sem concessões, assim como seu antecessor: riffs velozes, solos cortantes, vocais raivosos. Do Megadeth não esperamos nada mais do que isso. Vale destacar, ainda, que este é o segundo álbum da banda com o brasileiro Kiko Loureiro na guitarra. 

Destaque: “Soldier On!”

09/09/2022

Ozzy Osbourne – “Patient Number 9”

Ozzy Osbourne - “Patient Number 9”
Imagem: Ozzy Osbourne – “Patient Number 9”

Ozzy Osbourne decidiu, não só repetir a fórmula de “Ordinary Man” (2020), mas também aprofundá-la. O 13º disco de estúdio do Príncipe das Trevas foi gravado com um time de colaboradores ainda maior que o anterior e com uma escalação especial de guitarristas: Jeff Beck, Eric Clapton, Zakk Wylde, Mike McCready e o velho parceiro de Black Sabbath, Tony Iommi, aparecem em diferentes faixas de “Patient Number 9”. Ainda temos a participação de Taylor Hawkins, do Foo Fighters, falecido em março deste ano. Não para por aí, o disco conduzido novamente pelo produtor Andrew Watt, foi gravado com uma banda de estrelas: Robert Trujillo, Chad Smith, Duff McKagan. O elenco já diz a grandiosidade do trabalho e ele entrega o que promete: hard rock diversificado, com instrumental instigante e dinâmico, uma sequência de ótimas composições, vocais, arranjos e boas ideias. 

Destaque: “Patient Number 9”

16/09/2022

The Mars Volta – “The Mars Volta”

The Mars Volta - “The Mars Volta”
Imagem: The Mars Volta – “The Mars Volta”

Depois de 10 anos de hiato, The Mars Volta surpreende com um disco que dá uma guinada acentuada na sua proposta sonora: as estruturas intrincadas, caóticas e experimentais dão lugar à brevidade, precisão e objetividade. O álbum apresenta um conjunto de canções com abordagem pop, refrões no lugar certo, início, meio e fim, ritmo cadenciado. Não trata-se, no entanto, de algo apelativo ou comercial, é uma evolução multifacetada da genialidade de Omar Rodríguez-López e Cedric Bixler-Zavala . Ele é inspirado, porém sóbrio, ainda alternativo, com arranjos experimentais que respeitam os limites da canção, além de uma bem-vinda interface com a música latina-americana. Obra-prima? Sim!

Destaque: “Vigil”

30/09/2022

Pixies – “Doggerel”

Pixies - “Doggerel”
Imagem: Pixies – “Doggerel”

Neste quarto registro desde que retornaram do hiato em 2004, os veteranos do Pixies apresentam músicas que equilibram mais corretamente seu lado mais visceral com sua peculiar abordagem power pop, além de algumas pequenas doses de experimentalismo. O disco  traz rock alternativo cru, com harmonias convencionais, mas harmonias elegantes  desenvolvidas por Francis Black, o que faz toda a diferença. 

Destaque: “Vault of Heaven”

30/09/2022

Slipknot – “The End, So Far”

Slipknot - “The End, So Far”
Imagem: Slipknot – “The End, So Far”

Em uma tentativa de extrapolar os limites de sua música, o Slipknot fez de “The End, So Far” seu disco mais experimental e imersivo até aqui. Ele não é, obviamente, uma ruptura, ainda é agressivo, cheio de batidas explosivas e urros de fúria primitiva, mas temos aqui a incorporação de novos elementos sonoros, com mais camadas e sutilezas. O disco nasceu da percepção que a banda ainda tinha algo a dizer, afirmou o vocalista Corey Taylor. Para ajudar a moldar esse vislumbre, as texturas e enfeites atmosféricos, a banda convocou o produtor Joe Barresi (A7X e Coheed & Cambria), que ajudou a confeccionar um álbum provocativo para o fã raiz. “The End, So Far” amplia as possibilidades sonoras da banda para o futuro, entrega algumas das faixas mais surpreendentes de toda a sua discografia (como “Adderall”, “Medicine for the Dead” e “Acidic”) e cumpre a função de ser um dos discos de metal mais instigantes do ano. 

Destaque: “The Dying Song (Time To Sing)”

14/10/2022

The 1975 – “Being Funny in a Foreign Language”

Imagem: The 1975 – “Being Funny in a Foreign Language”

“Being Funny in a Foreign Language” apresenta um The 1975 mais contido, porém mais reflexivo e compenetrado. É um disco com arranjos mais orgânicos e naturais que não se prende especificamente a nenhum gênero ao longo de suas 11 faixas, mas, em um panorama mais geral, observa-se que  oscila entre momentos mais animados e dançantes com com aqueles mais tranquilos e contemplativos recheados orquestrações quase barrocas. É um disco que convence e cativa pela variedade.

Destaque: “Part Of The Band”

21/10/2022

Arctic Monkeys – “The Car”

Arctic Monkeys - “The Car”
Imagem: Arctic Monkeys – “The Car”

Ao invés de promover um retorno das guitarras distorcidas às suas músicas, o Arctic Monkeys tomou decisão ousada de aprofundar ainda mais a abordagem sonora do seu disco anterior, “Tranquility Base Hotel & Casino” (2018). As referências de “The Car” estão situadas entre as décadas de 1940 a 1960 e Alex Turner incorpora a persona de um crooner desfilando linhas de voz suaves – carregadas de falsetes – sobre arranjos orquestrais, instrumentais jazzísticos, pianos e sintetizadores moog. É um álbum de espírito aventureiro, embora seja comportado em sua estética retrô, que se mantem coerente ao longo das 10 faixas. Temos, portanto, uma das bandas de rock mais importantes da última década, indicando uma ruptura sem volta com o estilo de maneira elegante e inventiva. 

Destaque: “Body Paint”

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