Chegamos ao fim da divulgação dos melhores de 2020 do site Ok Music Play, com a lista dos 15 melhores álbuns internacionais. Foram divulgadas anteriormente as seguintes listas: melhores músicas nacionais, melhores músicas internacionais, melhores discos nacionais.
Foi um ano grandioso para a música internacional, mesmo com o adiamento de vários lançamentos, 2020 viu várias obras importantes ganharem a luz do dia.
A escolha dos melhores álbuns internacionais, assim como nas listas anteriores, se deu em alguns casos pelo fator novidade, em outros pela capacidade do disco dialogar com a atualidade, em outros pela qualidade da produção e estrutura do trabalho, em outros a mensagem das músicas, sua relevância cultural, bem como a relevância do artista que a gravou.
Sem mais conversa, confira abaixo as melhores discos internacionais de 2020, de acordo com o site Ok Music Play (a ordem discos é aleatória):
Gigaton – Pearl Jam

“Gigaton” (2020) é o primeiro disco de inéditas do Pearl Jam em sete anos. 12 faixas. Apesar do que indicava o primeiro single totalmente pós-punk, o álbum é Pearl Jam de sempre, mas com alguns nuances. Possui grandes refrões, arranjos com detalhes e está cheio guitarras. É um álbum instintivo e pesado em vários momentos. River Cross é uma balada com órgão que faz a voz de Eddie ressoar como nunca. “Gigaton” é superior ao seu antecessor Lightning Bolt (2013), que já era bom.
Circa Waves – Sad Happy

“Sad Happy” é um disco duplo e cada lado é dedicado a um dos sentimentos expressos no título. O Circa Waves leva a sua sonoridade indie rock um passo a diante, soa mais pop e com menos guitarras. O disco tem uma sonoridade muito bem definida, traz músicas simples, dançantes e animadas, mesmo quando aparentemente soam tristes. Assim como no título, é um disco que oscila entre sentimentos.
The Weeknd – After Hours

O disco que traz a música mais ouvida do ano, “Blinding Ligths”, é uma mistura de new wave, dream pop e R&B. É conceitual, tem personagem e narrativa. Conta uma história de prazer, desespero, sexo, drogas, romance e melancolia. O resultado de “After Hours” (2020) é um synth-pop emblemático.
Taylor Swift – folklore

É oitavo álbum de Taylor Swift e soa totalmente indie. É um disco que conta histórias de amor, solidão, saudade e expectativa. Mostra a capacidade de Taylor se reinventar como artista e compositora. Ouvir “Folklore” (2020) é como ler um livro, as histórias ganham cores a partir de pianos, guitarras e orquestrações.
Declan McKenna – Zeros

Declan McKenna tem apenas 21 anos e “Zeros” (2020) é o seu segundo disco. E ele o compôs como se fosse um veterano com longos anos de estrada. Faz uma mistura eficiente de David Bowie, Beatles, U2, Oasis, Queen, The Smiths e outros artistas ingleses. O resultado é um álbum conceitual, com personagens. É quase uma opera rock com músicas de protesto. Um dos melhores lançamentos de indie rock dos últimos anos.
Bob Dylan – Rough and Rowdy Ways

É um disco do Bob Dylan: tem belas canções e grandes histórias que só ele sabe contar/cantar. Músicas densas, meticulosas, que lançam perguntas – sem entregar as respostas -, repletas de referências históricas, bíblicas, literárias.
Hayley Williams – Petals For Armor

É o primeiro álbum solo da vocalista Paramore e uma tentativa de reinvenção. O disco traz um pop experimental. As músicas são sentimentais, intimistas e ambiciosas. As letras parecem refletir o período que a cantora vivenciou após o divórcio: falam de perdas, momentos nebulosos, amor-próprio e recuperação.
Phoebe Bridgers – Punisher

“Punisher” (2020) é o segundo álbum solo de Phoebe Bridgers e traz canções despretensiosas que cativam logo na primeira audição. É um trabalho divertido, sincero, multidimensional. As músicas são autobiográficas. Phoebe sabe transformar eventos da vida cotidiana em grandes histórias. São 11 músicas coloridas e espontâneas.
Deftones – Ohms

Muitos reviews apontaram esse trabalho como um dos melhores da banda ou, pelo menos, o melhor desde o clássico “White Pony” (2000) e eles não estavam errados. É um disco todo redondo que entrega grandes composições e uma ótima produção. É pesado e agressivo, mas vai além disso e com músicas que possuem nuances, texturas, cores e dinâmicas que prendem a atenção. É intenso e liricamente subjetivo.
Fiona Apple – Fetch the Bolt Cutters

É um disco que captura o cotidiano com arranjos diversificados. É uma obra prima para entrar para a história do rock e da música alternativa. As indicações ao Grammy são merecidas e reconhecem, pelo menos em parte, a genialidade desse álbum. Palmas, cantos, barulhos, conversas, percussões, latidos se misturam com a voz poderosa de Fiona e seu piano que produz riffs como se fosse uma guitarra. As músicas retratam as vulnerabilidades da cantora, bem como toda a sua força.
The Killers – Imploding The Mirage

Um disco repleto de hits poderosos. O The Killers continua grandioso e ambicioso com o seu synth-rock e suas canções de arena. É o álbum mais empolgante da banda desde “Sam´s Town” (2006). Os destaques ficam por conta de “My Own Soul´s Warning”, “Dying Breed”, “Caution”, “Lightning Fields”.
Nothing But Thieves – Moral Panic

Uma produção elegante que se destaca pelo excelente trabalho vocal de Conor Mason e pelas canções de arena como “Is Everybody Going Crazy?”, “Real Love Song”, “Impossible”, “This Feels Like the End” e “There Was Sun”.
AC/DC – Power UP

Um novo disco do AC/DC era algo inimaginável, afinal todo mundo sabe mais ou o que aconteceu com a banda nos últimos anos. Era para “Power Up” (2020) não existir, mas ele existe, está entre nós. Em 2020. Ano em que o mundo parou. E ele é bom. É o AC/DC de sempre. O mundo não precisa mais do que isso.
Killer Be Killed – Reluctant Hero

O segundo álbum do supergrupo formado por Max Cavalera (Soufly, Cavarela Conspiracy, Sepultura), Troy Sanders (Mastodon), Greg Puciato (The Dillinger Escape) e Ben Koller (Converge) mostra que a parceria entre esse músicos renomados é uma das coisas mais acertadas que já se viu no metal. O disco é criativo e cada integrante contribui com aquilo que os tornaram relevantes nos seus grupos originais. Vocais tempestivos, riffs poderosos, grandes refrões.
Smashing Pumpkins – CYR

Depois de altos e baixos, o Smashing Pumpkins está na sua melhor fase e Billy Corgan está critivo como nunca antes. A banda sempre flertou com a década de 80, mas nunca foi algo como em “CYR” (2020), que tem músicas dançantes e contrabaixos com pegada oitentista. Os destaques ficam por conta de “The Colour of Love”, a faixa título “CYR”, “Anno Satana” e “Dulcet in E”. Um disco bem resolvido, com uma proposta e sonoridade bem claras.