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Listas

Os Melhores Discos Internacionais de 2021, de acordo com o site Ok Music Play

Lista com os 15 melhores discos lançados no último ano

Elaborar listas de melhores do ano é sempre um exercício de organizar e hierarquizar. É preciso elencar, avaliar, decidir e cortar. É preciso fazer escolhas difíceis para que a lista tenha coerência, deve-se delimitar um número, um escopo. É por isso que toda lista não passa, no fim das contas,  de um mero recorte, de uma visão de mundo, de uma seleção com base em critérios definidos pelo próprio elaborador, a partir de um conjunto limitado de informações (é impossível ouvir todos discos, filmes e séries lançados). Listas são racionais, mas são limitadas. Elas também são sentimentais. Listas de melhores deveriam se chamar listas de preferências. 

Essa lista – atrasada, diga-se de passagem – traz os 15 melhores discos internacionais de 2021, de acordo com as preferências do editor do site Ok Music Play. E essas preferências foram organizadas de maneira que sintetizasse o que de mais significativo aconteceu na música nacional. É diversificada, mas nem tanto. Tem um tanto de coisa dentro do universo do rock: metal (Gojira, Iron Maiden, Mastodon), Rock Alternativo (Garbage, Weezer), indie rock (Wolf Alice, The War on Drugs), hard rock (Mammoth WVH, Greta Van Fleet) e outro tanto de coisa que não cabe em qualquer rótulo.

15 – The War on Drugs – I Don’t Live Here Anymore

The War On Drugs - I Don't Live Here Anymore
Foto: The War On Drugs – I Don’t Live Here Anymore/reprodução

“I Don’t Live Here Anymore” nasceu com a responsabilidade de suceder “A Deeper Understanding”, vencedor do Grammy de Melhor Disco de Rock do ano de 2017. E podemos dizer com segurança que o quinto registro do The War on Drugs cumpriu a sua missão com louvor, pois entrega um conjunto de 10 canções eximiamente lapidadas. A fórmula é a mesma ouvida nos discos anteriores e que é aprimorada a cada trabalho: mistura de indie rock e folk, composições simples, arranjos refinados e atmosfera vibrante. 

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14 – Poppy – Flux

Foto: Poppy - Flux - Capa/reprodução
Foto: Poppy – Flux – Capa/reprodução

A estrutura caótica ouvida nos trabalhos anteriores da Mariah Rose Pereira, mais conhecida como Poppy, dá lugar a composições mais coesas e simples. Ela continua misturando guitarras pesadas com melodias pop, mas aqui o som é mais cru, menos eletrônico e mais orgânico. As influências de industrial e o new metal são substituidas por influências de punk rock, grunge e shoegaze. O resultado mantém Poppy com uma das poucas artistas do rock contemporâneo que podem ser classificadas como acima da média.

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13 – St. Vincent – Daddy´s Home

St. Vincent lança “Daddy’s Home”, seu sexto álbum de estúdio; ouça
Foto: St. Vincent – Daddy´s Home- Capa/reprodução

A carreira de St. Vincent, desde seu álbum de estreia, “Merry Me” (2007), é marcada por guinadas sonoras a cada novo trabalho. Neste “Daddy´s Home”, o rock alternativo futurista de “Masseduction” (2017) dá lugar ao rock e à disco music dos anos 1970. Em sua nova metamorfose, Annie Clark encarna uma mulher comum, para narrar dramas domésticos e familiares de forma atípica. Carregado de groove, melodias sensuais e texturas retrô, “Daddy´s Home” não só cumpre o que promete como evidencia, mais uma vez,  talento de St. Vincent

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12 – Garbage – No Gods No Masters

Garbage anuncia álbum e divulga novo single
Foto: No Gods No Masters – Capa/reprodução

É seguro dizer que “No Gods No Masters” é um dos melhores trabalhos da carreira do Garbage, ao lado do seu disco de estreia e do excelente “Version 2.0” (1998). A sensação que se tem ao ouvir esse disco, é que o grupo liderado por Shirley Manson conseguiu resgatar o frescor da sua juventude e soube traduzi-lo à luz da experiência de quase 30 anos de carreira. As músicas são pesadas, melódicas e recheadas de ruídos sonoros. As letras são fortes, contundentes, quase um manifesto político. Um dos melhores discos de rock alternativo dos últimos anos. 

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11 – The Killers – Pressure Machine

Foto: The Killers - Pressure Machine
Foto: The Killers – Pressure Machine/reprodução

Embora “Pressure Machine” tenha sido lançado exatamente um ano depois de “Imploding the Mirage” (2020), os dois álbuns estão separados por décadas. Enquanto o registro de 2020 apontava para o início da carreira da banda, que era calcado no som dos anos 1980, esse novo trabalho do The Killers mira no rock dos anos 1970. “Imploding the Mirage” é dançante e vibrante, “Pressure Machine” é introspectivo e intimista. Trata-se de um disco temático em que Brandon Flowers cria personagens e narra histórias da sua juventude em Nephi, Utah. Um álbum realmente inspirado e impactante. 

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10 – Mastodon – Hushed and Grim

Mastodon - Hushed and Grim - Capa
Foto: Mastodon – Hushed and Grim – Capa/reprodução

“Hushed and Grim” é o disco mais melódico e progressivo do Mastodon até aqui. O grupo mostra porque pode ser considerado um dos maiores nomes da música pesada da atualidade: é empenhado em expandir sua sonoridade a cada novo trabalho, sem perder sua essência. Os riffs nervosos e potentes estão presentes nas 15 faixas compõem o álbum, mas o grupo acrescenta diversas camadas ao longo de cada uma delas e constrói estruturas pouco previsíveis, driblando a expectativa do ouvinte. O disco é também um dos mais melancólicos e reflexivos da carreira do grupo, já que foi inspirado pela morte do empresário  Nick John, em 2018. 

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09 – Mammoth WVH – Mammoth WVH

Mammoth WVH - Mammoth WVH
Foto: Mammoth WVH – Mammoth WVH/reprodução

Trata-se do disco de estreia do projeto solo de Wolfgang Van Halen, filho do lendário guitarrista Eddie Van Halen, que nos deixou em 2020. Embora flerte com o hard rock que consagrou o seu pai, o multi-instrumentista (ele gravou todos os instrumentos do trabalho) produziu músicas versáteis, que abraçam de maneira convicente o rock contemporâneo. O álbum é robusto, ambicioso e recheado de boas ideias. 

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08 – Angels & Airwaves – Lifeforms

Lifeforms - Angels & Airwaves
Foto: Lifeforms – Angels & Airwaves/reprodução

“Lifeforms” é o sexto disco da carreira do Angels & Airwaves, e o primeiro desde 2014. Tom Delonge entrega mais um ótimo capítulo de seu projeto sci-fi punk rock. Embora a sonoridade do Angels & Airwaves continue a mesma (uma mistura de hardcore melódico, new wave e synth pop), aqui a estrutura das composições está mais bem resolvida e podemos dizer que todas as 10 faixas são hits potenciais. Os destaques são “Euphoria”, “Rebel Girl”, “Restless Souls” e “Losing My Mind”. Essa última ganhou um clipe que faz referência ao clássico “First Date”, do Blink-182

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07 – Gojira – Fortitude

Gojira - Fortitude
Foto: Gojira – Fortitude/reprodução

O Gojira é outro nome que está entre os maiores do metal contemporâneo. E esse “Fortitude” não só preserva esse posto como ainda tem a capacidade de levar a sonoridade do grupo francês adiante, refinando ainda mais a sua proposta musical. Eles continuam pesados e agressivos, mas aqui a dimensão das composições do vocalista e compositor Joe Duplantier – e sua paleta de referências -, se expande de uma maneira inédita na discografia do grupo. As letras versam sobre interferência do homem na natureza, com destaque para a “Amazônia” que, além de ser claramente inspirada no clássico “Roots” do Sepultura, fala da preservação da floresta Amazônica.

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06 – Weezer – Van Weezer

Rivers Cuomo: Van Weezer é um disco com músicas para estádios
Foto: Weezer – Van Weezer | Capa/reprodução

O Weezer entregou uma divertida homenagem ao anos 1980. “Van Weezer” se entrega, sem pudor, ao hard rock de nomes como Van Halen, Ozzy Osbourne e Bon Jovi. O disco é quase um cosplay, não foi feito para durar, é entretenimento e, assim como a sérire Stranger Things, não é para responder as grandes questões da humanidade, é um álbum-meme. Ele dialoga com a efemeridade da internet, do mundo contemporâneo. É divertido de se ouvir, entrega boas composições e mostra a banda em sua melhor forma. 

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05 – Rise Against – Nowhere Generation

Rise Against - Nowhere Generation
Foto: Rise Against – Nowhere Generation/reprodução

“Nowhere Genaration”, nono disco do Rise Against, banda que completou 20 anos de sua em 2021. Apesar do longo de tempo de estrada, o grupo está antenado com o mundo atual, principalmente com as necessidades e preocupações da chamada geração Z, os nascidos a partir de 1995. O disco é composto por hinos hardcore que conversam com os problemas da sociedade contemporânea e os desafios da juventude. Com riffs galopantes e vocais melódicos, Tim McIlrath dispara contra a agonia do sonho americano, a desigualdade social, catástrofes evitáveis e a total ausência de esperança. 

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04 – Iron Maiden – Senjutsu 

Iron Maiden - Senjutsu - Capa
Iron Maiden – Senjutsu – Capa/reprodução

Em seu 17º álbum de estúdio, o Iron Maiden parece rejeitar, com muita determinação, a tentação de abraçar o seu passado – glorioso, diga-se de passagem. Seria o mais confortável, e estrategicamente lógico do ponto de vista comercial, a ser fazer, mas isso não acontece, e ainda assim eles conseguem entregar um grande disco. “Senjutsu” traz 10 faixas com uma sonoridade menos acelerada, mais progressiva, emblemática e grandiosa. As músicas são épicas, sombrias, flertam com estilos pouco comuns ao universo do grupo (como o country e o blues) e apresentam melodias mais refinadas. É o melhor trabalho da banda desde “Brave New World” (2000), disco que marca o retorno definitivo de Bruce Dickinson aos vocais. 

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03 – Wolf Alice –  Blue Weekend

Wolf Alice - Blue Weekend
Foto: Wolf Alice – Blue Weekend/reprodução

O terceiro disco da banda britânica é ambicioso na mesma medida em que é emocionante. O trio sintetiza, com muita eficiência, o que podemos classificar como a fórmula do rock alternativo contemporâneo, em uma mescla de sons experimentais, arranjos delicados, melodias pop emotivas e guitarristas com algum peso. A vocalista Ellie Rowsell elabora harmonias grandiosas e iluminadas, enquanto canta sobre vícios, crises de confiança e misoginia. “Blue Weekend” é uma obra prima audiovisual, já que todas as músicas deram origem a clipes que, juntos, formam um curta-metragem dirigido por Jordan Hemingway. Os destaques ficam por conta de “The Beach”, “Smile”, “How Can I Make it Ok?”, “No Hard Feelings” e o hino “The Last Man on Earth”.  É a mistura perfeita de David Bowie, Beatles e Pink Floyd.

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02 – Royal Blood – Typhoons

Royal Blood lança "Typhoons", seu terceiro álbum; ouça
Foto: “Typhoons”, capa/reprodução

Todo grupo, não importa o estilo, em algum momento de sua carreira se vê em uma encruzilhada, cuja decisão pode impactar decisavamente o seu futuro. Isso aconteceu com o Royal Blood ao escolher o direcionamento sonoro deste “Typhoons”. Depois de dois ótimos discos de stoner rock e definição de uma identidade musical consistente, extraída da combinação minimalista de baixo, bateria e vocal, o duo teve a sabedoria de entender que o caminho correto era expandir, abrir o leque de referências e acrescentar cores a sua paleta, anteriormente dominada pelo preto e branco. O resultado é um disco que preserva a natureza do Royal Blood, mas leva a sua musicalidade para outro patamar ao  invadir a pista de dança e abraçar influências de Daft Punk, Justice, Goldfrapp e Cassius. “Typhoons” é um disco eufórico, dançante, divertido e abre a novas possibilidades de um futuro ainda mais promissor. A dupla Mike Kerr e Ben Thatcher fez a escolha certa.

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01 – Greta Van Fleet – The Battle at Garden´s Gate

“The Battle at Garden´s Gate”
Foto: Greta Van Fleet – “The Battle at Garden´s Gate” – Capa/reprodução

Para além das invetiváveis comparações, “The Battle At Garden’s Gate” é um disco realmente inspirado, que entrega boas canções de rock clássico. E como isso está em falta! Já vale o álbum que, sim, foi pensado como um clássico, não que ele seja ou vá ser, mas a intenção foi essa, está claro em cada acorde. As músicas possuem diferentes camadas e se expandem. É preciso mais de uma audição para compreender todas essas camadas, texturas e detalhes, não é um disco que você assimila de primeira. “The Battle At Garden’s Gate” é o tipo de álbum que desperta o desejo de ouvir acompanhando as letras, admirando a capa e o encarte, experiência que, provavelmente, deve ser estranha para a geração de Josh Kiszka, Jake Kiszka, Sam Kiszka e Daniel Wagner

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