
Apesar de ser uma banda tradicional dos anos 1990, o Smashing Pumpkins sempre flertou com a década de 1980. Essa influência é clara em discos como “Ava Adore” (1998) e “Machina/The Machines of God” (2000). Mas nunca foi algo como em “CYR”, o mais novo lançamento do grupo. Trata-se de um álbum duplo com 20 canções que esbanjam teclados, sintetizadores, levadas dançantes e baixos com jeitão oitentista.
Embora a banda conte hoje com 3 guitarristas (Billy Corgan, James Iha e Jeff Schroeder), as guitarras são quase inexistentes ou pelo menos imperceptíveis ao longo de todo o disco, ganhando destaque apenas em alguns momentos, como em “Wyttch”, a música com mais cara de Smashing Pumpkins do álbum.
Os destaques ficam por conta de “The Colour of Love”, a faixa título “CYR”, “Anno Satana” e “Dulcet in E”, música em que os backing vocals femininos se destacam. Aliás, vozes femininas aparecem aqui e ali em várias faixas do disco, mesmo que hoje em dia banda não tenha mais uma mulher em sua formação. E por falar em formação, esse é o primeiro disco em muitos anos em que a banda mantém a mesma formação do álbum anterior. Talvez por isso, “CYR” funcione como uma continuação de “Shiny and Oh So Bright, Vol. 1/ LP: No Past. No Future. No Sun” (2018).
Apesar de que poderia ser um álbum mais enxuto, tem alguma gordurinha sobrando, “CYR” é um disco bem resolvido, com uma proposta e sonoridade bem claras e, com certeza, está entre os melhores lançamentos de 2020.
A banda lançou diversos videoclipes para a promoção do novo álbum, incluindo uma animação intitulada “IN ASHES”, que foi escrita por Billy Corgan e está dividida em 5 episódios (cada um representando uma música). O disco está disponível nas principais plataformas digitais.