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James Hetfield antivacina? Veja o que ele disse

Vocalista do Metallica está cético sobre vacinas contra covid-19

O Metallica foi parar nos trending topics do Twitter nesta sexta-feira (07) por causa da opinião do vocalista James Hetfield sobre a vacinação contra covid-19. Em uma entrevista ao podcast The Fierce Life, realizada no final de março, o músico disse que está “um pouco cético em relação a tomar a vacina” (via Blabbermouth) e que espera que não haja a exigência de passaporte para a livre circulação.

Se você conhece pelo menos um pouco da história do Metallica, deve saber que o vocalista James Hetfield foi criado em uma família que seguia os preceitos da Ciência Cristã, religião que acredita que toda cura vem de Deus e que, portanto, não é necessária a intervenção humana.

A mãe do músico, Cynthia Hetfield, morreu vítima de um câncer por se recursar a receber tratamento. Isso, obviamente marcou a vida do vocalista do Metallica, que chegou a trazer isso para as músicas da banda como, por exemplo, em “The God That Failed“, cujo título em português significa “O Deus que Falhou”.

Contudo, aparentemente, essa questão ainda não está resolvida em seu íntimo, pelo menos é o que se pode concluir a partir do que ele disse na entrevista ao The Fierce Life. Questionado sobre a expectativa dele com a volta dos shows da banda ainda neste ano, James Hetfield disse:

“Não tenho ideia. Não depende de mim. Realmente depende da segurança de todos – não apenas dos fãs, mas da equipe e de nós. Eu não tenho certeza do que isso significa no futuro no que diz respeito às vacinas”.

Em seguida ele admitiu que está em dúvida sobre se vacinar e que tem receio das medidas que podem ser aplicadas aqueles que não se vacinarem:

“Estou um pouco cético em relação a tomar a vacina, mas parece que está acontecendo e as pessoas estão tomando e eu tenho muitos amigos que já fizeram isso. Não estou totalmente certo disso. Mas espero que não chegue a um ponto em que você precise ter aquele carimbo COVID no seu passaporte ou algo assim para ir a todos os lugares”.

Para justificar a sua posição, James Hetfield recorreu a relação com a religião da sua família e sua criação sob essa doutrina.

“Fomos vacinados para ir para a África, então não é como se eu nunca tivesse sido vacinado antes. Mas quando criança, eu nunca fui vacinado por causa da nossa religião [Ciência Cristã]. Então foi a única vez que eu recebi um – quando íamos fazer um safári na África”.

O músico, contudo, pondera “mas, se chegar a esse ponto [ fazendo referência a exigência de passaporte], então tomarei uma decisão”. Obviamente, a possibilidade de ele não se vacinar é bastante remota. Considerando que tal entrevista aconteceu há mais de um mês, é plausível deduzir que isso, inclusive, já tenha acontecido.

Na tarde de ontem, enquanto a polêmica seguia no Twitter brasileiro, a participação do Metallica em duas noites do festival Aftershock, que acontece em outubro deste ano, foi confirmada pela organização com a divulgação do novo line-up, depois do cancelamento no último ano.

James Hetfield conservador?

Esta não é a primeira vez que o vocalista do Metallica se associa ao pensamento conversador, na verdade, isso já vem desde a época do “Black Album” (1991), pelo menos. O disco traz a música “Don’t Tread on Me” (Não Pise em Mim), cujo título é um lema a princípio libertário, mas que trafega também pelos movimentos conservadores.

Em uma entrevista à Rolling Stone em 1993, James Hetfield foi questionado sobre as suas visões políticas pelo editor David Fricke. Ele respondeu:

“Eu não sei o que são ismos. Eu realmente não me encaixo em nenhum partido político. Sou bastante conservador em muitas coisas. Essa nova coisa de impostos não faz sentido para mim. Eu não sei qual é o objetivo. As pessoas de classe média realmente sofrem por isso. Mas acredito que o aborto deve ser uma escolha. Todas essas pessoas reclamando de tirar uma vida onde ela começou – já existem muitas crianças indesejadas no mundo. Eu me pergunto se alguns desses antiaborto adotariam algumas delas”.

O próprio David Fricke, na introdução da entrevista, chegou a definir Hetfield da seguinte forma: “Politicamente, ele é uma mistura desafiadoramente individual de valores de centro-direita com uma forte aversão a regras – uma espécie de anarquista conservador”.

O bate-papo com James Hetfield no The Fierce Life durou cerca de uma hora e abordou vários assuntos, entre eles, a produção do novo disco do Metallica que, de acordo com o vocalista, já conta mais de 10 músicas escritas.

Confira o The Fierce Life com James Hetfield no player abaixo:

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